Pré-COP 30 4t6o4u
Nesta terça-feira, 10, a Revista Exame e a Afya — empresa voltada à formações educaionais na área médica — realizaram uma conferência para discutir a influência das questões ambientais na saúde. Intitulado Exame ESG Summit, o evento ocorreu na sede da Afya, no bairro de Nazaré, em Belém, e reuniu pesquisadores nas áreas de sustentabilidade e saúde. “Este ano, por ser um ano de COP, é extremamente relevante promovermos eventos como este, em parceria entre a Afya e a Revista Exame, para conscientizar a população — não apenas os profissionais da saúde e da educação, mas a sociedade como um todo — sobre a importância de cuidarmos da saúde e do meio ambiente”, afirmou Gustavo Meirelles, vice-presidente da Afya nacional.
Com a aproximação da COP 30, Belém se consolida como um polo de discussões sobre meio ambiente, articulando saberes científicos produzidos na região amazônica com outros setores da sociedade que, até então, tinham pouco o a esses dados. “Ter a COP 30 aqui em Belém tem tudo a ver com a estratégia de olhar para o meio ambiente, para a saúde e para a educação da população. Já estamos nos preparando há algum tempo, com eventos como este. Teremos outro em São Paulo e pretendemos estar presentes também durante a COP”, diz Meirelles, que completa elogiando a estrutura que o poder público tem preparado para conferência da ONU: "Belém já é uma belíssima cidade. Estou vendo aqui uma explosão de mudanças positivas. Eu tive o prazer de estar em Belém algumas vezes, fico muito feliz de ter Belém à frente disso e representando não apenas o Brasil, mas o mundo todo. Do nosso lado, a Afya também estamos nos preparando já há um bom tempo para conseguir fazer essa ponte positiva entre meio ambiente, saúde e educação", exalta Meirelles.
Entre os temas debatidos, pesquisadores destacaram a relação entre o aquecimento global, os danos ambientais e o aumento de doenças infecciosas, como as arboviroses. “Quando correlacionamos com as mudanças climáticas e o aquecimento global, percebemos a dispersão cada vez maior dessas doenças. Por quê? Porque, com o aumento da temperatura, há também o aumento da proliferação de mosquitos. Essas espécies am a estabelecer seu ciclo de vida em ambientes onde antes isso não era possível. Hoje, a Europa enfrenta um grande problema com isso”, explicou Lívia Martins, diretora do Instituto Evandro Chagas, que participou do .
“Antes, o clima mais frio impedia que os mosquitos completassem seu ciclo de vida. Com o aquecimento, regiões que não registravam casos de doenças transmitidas por vetores aram a enfrentar esse tipo de problema”, alertou a pesquisadora.
A diretora-adjunta de Doenças Crônicas Não Transmissíveis da Vital Strategies, Luciana Sardinha, também chamou a atenção para o risco de epidemias. “Vejo que, principalmente no caso das doenças vetoriais, temos um grande desafio. O aquecimento global já é um fator de risco. Hoje, a malária extra-amazônica já supera a incidência na região amazônica”, afirmou.