Desenvolvimento sustentável 2z5m1g
Neste sábado, o Instituto Ambient deu mais um o decisivo no fortalecimento do empreendedorismo sustentável na ilha de Mosqueiro, em Belém (PA), ao visitar a comunidade Mari Mari e anunciar oficialmente a chegada do Projeto Mariá, que capacitará 100 mulheres negras da região em gestão de negócios e práticas de empreendedorismo com foco em sustentabilidade.
A ação foi articulada em parceria com a Associação dos Pequenos Agricultores da Mari Mari (APAMM), que atende atualmente 112 famílias de agricultores familiares. Durante a visita, o presidente do Instituto Ambient, Murilo Monteiro, destacou a importância de conectar comunidades tradicionais à inovação e ao mercado, reforçando que “não existe desenvolvimento sustentável sem o fortalecimento da base produtiva local, e isso a diretamente pela valorização das mulheres, da agricultura familiar e da tecnologia como vetor de transformação”.
A cerimônia contou ainda com a presença de Edney Santos (Rede Locais), Ronaldo Cavalcante (Banco de Alimentos Arca de Noé) e articulação de Rodrigo Moura, da Consultoria Visão. Na ocasião, foi doado um computador completo para uso istrativo da APAMM, como parte do projeto “Trabalho Lado a Lado”, financiado com patrocínio da Equatorial Energia e incentivo do COMDAC Belém.
Além da entrega dos equipamentos, foi assinado um acordo de cooperação técnica entre o Instituto Ambient e a APAMM, incluindo a entidade no programa de assessoramento a organizações da sociedade civil, apoiado pelo Instituto A.
O Projeto Mariá, aprovado pelo Edital Diálogos Equatorial, surge como uma resposta concreta aos desafios enfrentados por mulheres negras e agricultoras em áreas rurais. Segundo dados do SEBRAE (2023), mais de 55% dos pequenos negócios sustentáveis no Brasil são liderados por mulheres, e mais de 60% delas relatam dificuldade de o a formação empreendedora e apoio técnico. Além disso, o Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental da Pipe Social mostra que empreendimentos sustentáveis crescem em média 23% ao ano, mas a maior barreira ainda é a conexão com mercados e tecnologia.
Para Monteiro, o uso da tecnologia é indispensável nesse processo.
“Tecnologia não é luxo. É condição. Seja para ar mercados, melhorar a gestão ou comunicar o valor dos produtos, precisamos garantir que as agricultoras e empreendedoras familiares tenham ferramentas e formação adequadas para crescer com autonomia. Nosso papel é ser ponte entre esse talento invisível e as oportunidades que existem.”
A expectativa é que o Projeto Mariá não apenas forme novas lideranças femininas, mas também contribua para o fortalecimento da economia solidária e sustentável na região das ilhas de Belém, integrando saberes tradicionais com inovação social e econômica.
COP 30
A realização do Projeto Mariá em Mosqueiro ganha ainda mais relevância diante do cenário internacional, já que Belém será sede da COP 30, a conferência climática da ONU que ocorrerá em novembro de 2025. Em um momento em que os olhos do mundo se voltam para a Amazônia, iniciativas como essa demonstram que é possível alinhar desenvolvimento socioeconômico com preservação ambiental, por meio do fortalecimento da agricultura familiar, da inclusão produtiva de mulheres negras e da valorização dos saberes locais. O projeto reforça o papel da região como protagonista nas soluções para o clima, mostrando que o combate à desigualdade e a promoção da sustentabilidade caminham juntos.